Verificar Corrente de Distribuição

Ultimamente tem se falado muito sobre a corrente distribuição

E andei a procurar por bons exemplos, e kms que normalmente elas fazem...

Então encontrei varias experiências e relatos:
- um inglês que vai com 85 milhas (135 mil kms) e a corrente está OK, e sem necessidade de ser trocada...
- um francês que trocou a dele aos 90 mil kms...
- aqui no CXTP temos o DC que trocou a dele aos 50 mil kms
- No Brasil temos "N" bons exemplos do mesmo tipo...


Então não vale a pena procurar um numero de kms para trocar a corrente de distribuição...
Há que estar atento ao seu desgaste e folga...

No manual da XT600E, tem um procedimento para se ver a folga da corrente que não é de fácil execução,
porque temos que retirar a tampa da cabeça para ter acesso a corrente e ao carreto da árvore de cames, e etc etc

Ex.

Não me agradou este procedimento, porque é uma trabalheira do caneco...


Então descobrir uma maneira de controlar o desgaste da corrente através da folga da mesma no esticador automático...
e encontrei algo que muito viável, e que é usado em vários países...
Este procedimento pode ser usado na:

- XT 350
- XT 500
- XT 550
- TT 600
- XT 600 K / E / Z
- XT 660 Z / R / X
- XT 750 Z
- XT 1200 Z

Basicamente através da posição do esticador, é possível prever o estado da corrente, guias, e carretos...

No caso do esticador automático da corrente da XT600E, tem 20 posições... e até a 15 posição não necessita de ser trocada...



O esticador automático é esta pequena peça com a cabeça de um parafuso de 19mm
na XT 750 Z está situado no meio dos dois cilindros e na XT 350 do lado dos colectores...




Nestes desenhos podemos ver o esticador (Nº7), e como ele faz a seu trabalho nas guias...





para podermos retirar o esticador fora, devemos começar por por o piston no PMS (Ponto Morto Superior),
Altura da compressão, e termos a válvulas fechadas e sem exercer pressão na corrente,
é a posição usada para ver a folga das válvulas...

Desenroscamos a tampa 1 e 2:




Procuramos o PMS como a figura mostra...
Atenção : que temos que tirar a vela para podermos rodar a cambota,
e só se pode rodar a cambota no sentido contrario aos ponteiros do relógio.




Quando tivermos o motor no PMS,
tiramos a mola do esticador automático, com uma chave 19mm...
e seguidamente o corpo do esticador...

com o corpo do esticador cá fora podemos ver qual a sua posição actual,
e através dessa posição avaliar o estado do conjunto de distribuição...




Depois de avaliarmos o estado da corrente, temos que voltar a montar tudo...
e basta inverter o processo...

ATENÇÃO : que a amola do esticador deve ser a ultima coisa a ser montada,
e o esticador deve estar na sua posição inicial, (ou seja) o mais recolhido possível...

Este esticador automático, tem uma serrilha interna e sempre que o pino avança, já não retorna sem que se actuar a patilha Nº4

Se o esticador automático for montado com muito justo vai fazer com que a corrente ataque as guias, e provoque um desgaste prematuro...


Quando se montar a mola Nº3 e se apertar o parafuso nº1 (chave 19mm), o esticador automático vai para a sua posição ideal...


ABR

Excelente, Edgar !

Um bom trabalho e util, mas convem ser feito por um especialista ( minha opinião !! )

Obrigado Edgar! Grande post

Mas eu sou daquelas que não arriscaria fazer uma coisa dessas

Como disse um amigo um dia destes: Pior que o problema pode ser a resolução do problema

@ Rui / Silva
concordo a 101%
Temos que ter umas luzes boas antes de fazer as coisas,

mas este post também serve:
para quando formos ajustar as válvulas numa oficina da Yamaha , podermos perguntar em que grau se encontra o conjunto de distribuição...

ou quando um mecânico dizer que devemos trocar a corrente, podemos perguntar se foi por este caminho para chegar a essa conclusão... ou por qual caminho é que foi...


Porque a historia que alguns mecânicos dão:
- Já são muitos anos e tal...
- o barulho que faz indica isso...
- eu ajustei as válvulas, mas parece que temos que trocar a corrente ou o esticador...

destas eu não papo ... ou têm uma abordagem profissional e com métodos, ou vão pó caravalhinho



Eu no próximo ano vou verificar a folga das válvulas da minha menina, e aproveito e verifico isto,
não custa nada e demora uns 30 minutos ou menos...
porque só demoramos tempo a preparar a mota para ver a folga das válvulas...


ABR

Como referes, quando passarmos por uma situação destas já poderemos parecer uns entendidos: "Tipo e tal e coisa" e mandam-se uns bitaites e os gajos fazem o serviço como deve ser

Já agora "fr" é de Francisco.




Saudações

A minha 1a R6 sofreu e muito e aos 80mil tava para as curvas. Assim como as válvulas onde havia 1 delas que estava no limite da folga e por isso foi ajustada pela 1a vez. Lembrar que era uma mota que começava a andar a rotações onde as nossas jamais chegarão. Custa-me a crer que XTs tenham este tipo de problema tão cedo...

Até hoje nunca tive problemas com a corrente de distribuição seja em carros ou em motas.

Boas...

não foi em Março, mas acabou por ser feito em Julho...


é muito fácil de se fazer e bastou seguir o tutorial

e comprar uma junta nova de origem que custou 2€




no final de ver a folga das válvulas, dei uma vista de olhos no esticador...

já agora fica aqui a fotos e algumas dimensões que vão servir de referencia no futuro para a manutenção duma XT




Posição em que estava aos 52mil kms




O máximo do esticador




A mola que actua o esticador





Video sobre o funcionamento do esticador e como ele tranca a posição

Com videos já é abuso...

Excelente

Na revisão da minha XT vou aproveitar-me deste tópico para fazer este trabalho, e ver também o ajuste das valvulas...

@Montinho

Fixe

depois diz qual era o valor... ou os cliques que encontras-te ??

e qual o comprimento da mola

e os kms ???

Quanto mais dados cruzarmos melhor

Edgar escreveu:

@Montinho

Fixe

depois diz qual era o valor... ou os cliques que encontras-te ??

e qual o comprimento da mola

e os kms ???

Quanto mais dados cruzarmos melhor

Sim, essas já eram as minhas intenções.

Tenho estado a criar um ficheiro com as todas as informações da minha XT, incluindo os custos!

Tenho andado a informar-me sobre estes trabalhos das valvulas e da corrente de distribuição para juntar à proxima revisão. Apesar do stand me dizer que tenho revisão até aos próximos 6.000 Km, eu prefiro antecipar-me e começar a fazer os meus registos. Talvez no inicio de Maio começe a despir a XT, e preparar-me para substituir o óleo, filtros, verificar valvulas, corrente distribuição, ver uma pequena fuga de gasolina (penso que junto da torneira) e também trocar os vedantes da suspensão da frente (mas secalhar vou deixar mais para a frente, no outro dia levantei os foles e já não vi fuga de óleo!!! antes de montar os foles parecia ter fuga!!)

Já agora já ouvis-te falar em rodar as valvulas?

Boas;
A operação de rodar válvulas destina-se a fazer com que a válvula ajuste novamente na sua sede. Isso significa ter que desmontar a culassa toda e depois usando uma ventosa e massa de esmeril, fazer com a válvula ajuste novamente à sua sede. Este é um trabalho algo meticuloso e requer paciência. Além de te poder dar umas dores de dedos valentes.
Para teres uma ideia, rodar válvulas a uma FZR 1000, 20 válvulas pode muito bem demorar um dia de trabalho.

Acho muito bem que de vez em quando se dê uma olhadela ao tensor, mas desmontar uma culassa só para ver, acho que é trabalho desnecessário. Se o motor está a funcionar bem, tem compressão, é deixá-lo como está.

Já agora deixo este video exemplificativo que estava no "tubo", não tive tempo de o ver com atenção, mas dá para ter uma ideia do trabalho em si, mesmo sendo um motor de concepção bastante obsoleta:
https://www.youtube.com/watch?v=unrds-2Pcog&feature=fvwrel

Johnny_1056 escreveu:

Boas;
A operação de rodar válvulas destina-se a fazer com que a válvula ajuste novamente na sua sede. Isso significa ter que desmontar a culassa toda e depois usando uma ventosa e massa de esmeril, fazer com a válvula ajuste novamente à sua sede. Este é um trabalho algo meticuloso e requer paciência. Além de te poder dar umas dores de dedos valentes.
Para teres uma ideia, rodar válvulas a uma FZR 1000, 20 válvulas pode muito bem demorar um dia de trabalho.

Acho muito bem que de vez em quando se dê uma olhadela ao tensor, mas desmontar uma culassa só para ver, acho que é trabalho desnecessário. Se o motor está a funcionar bem, tem compressão, é deixá-lo como está.

Já agora deixo este video exemplificativo que estava no "tubo", não tive tempo de o ver com atenção, mas dá para ter uma ideia do trabalho em si, mesmo sendo um motor de concepção bastante obsoleta:
https://www.youtube.com/watch?v=unrds-2Pcog&feature=fvwrel

É o que vou fazer, o mator para mim está optimo, não tenho nada a dizer, pensei que se trtava de outra coisa, tipo rodar as valvulas para estas não ficarem sempre com a mesma cama (dito de um modo grosseiro, tipo virar os pneus de um carro quando estão a comer só por dentro ou por fora, depois de alinhar a direcção de modo aproveitar o piso ao máximo antes de estes chegarem aos limites) desculpem lá a ignorância nesta materia.

Mas andei a procurar informação na net, e nada lhe esclareceu, daí as minhas dúvidas.

Mas obrigado!

Johnny_1056 escreveu:

Acho muito bem que de vez em quando se dê uma olhadela ao tensor, mas desmontar uma culassa só para ver, acho que é trabalho desnecessário. Se o motor está a funcionar bem, tem compressão, é deixá-lo como está.

também acho

verifica-se a compressão e através do valor obtido determinamos como está as :
válvulas
vedantes das válvulas
e segmentos