Lá conseguimos descansar o tempo suficiente para acordarmos de sorriso na cara. "Vamos andar de mota, masé!!" O ritual foi o mesmo: arrumar as coisas, carregar as motas, verificar níveis de óleo... e confirmar a ver se não nos esquecemos de nada.
A minha principal preocupação estava em arranjar uma solução mais segura para prender a mochila na mota, já que a solução anterior não me inspirava confiança, apesar de ter feito 500km e "0" problemas. Decidi prendê-la à mota directamente, em vez de estar segura à Top Case (danificada) e respectivo suporte. Acho que foi o melhor até porque já não tinha aquela torre atrás de mim e a resistência ao vento seria menor.
Seguimos para Mogadouro e demos início à longa tirada que nos esperava.
Fila para tudo.
Comprar umas águas e comer o PA cedido pela organização...
...e vamos rumo a Sul!
Paragem numa ponte a caminho de Alfândega da Fé.
A estrada estava em óptimo estado e sem trânsito algum sendo um convite ao acelerador. Chegados à Alfândega da Fé ofereceram-nos umas excelentes cerejas.
Vai uma?
...e uma novidade este ano, relativamente ao ano passado, foram as opções no roadbook que a organização disponibilizou aos participantes.
A escolha não era difícil
Ainda tivemos de esperar até entrar pelo controlo, pois estávamos relativamente adiantados à nossa hora ideal cerca de uns 5 min. Findo os quais voltámos a ter um sorriso... por enquanto branco. Avizinha-se pó, muito pó!!
Até parece que percebo disso...
...e disto também.
O trilho foi muito bom, sem grandes problemas logo que não se usasse o travão excessivamente. Para os mais inexperientes mas que arriscaram vir por esta opção a solução seria deixar a mota rolar, travar com o motor, colocar-se de pé e não deixar a mota entrar nos constantes regos ao longo dos trilhos.
Estávamos cada vez mais perto do próximo controlo e já nos aguardavam o Nuno e o Ricardo que tinham escolhido a outra opção. Fomos descendo pelo Alto Douro Vinhateiro com uma paisagem digna de postais até Barca d'Alva junto ao Rio Douro onde se situava o dito controlo.
Cá são as vacas!!
Toca a esticar as pernas...
...mais um Magnum Amêndoa para dentro...
...e o picanço do controlo
Ainda tivemos de tomar um cafézinho, mais água para o momento e para a viagem, retemperar e seguir em frente. Houve um controlo que escapou-me a mim e ao Bruno. Depois de passar um pequeno charco entre pedras parámos mais em frente para tirar umas fotos e nem reparámos que mesmo ao nosso lado havia umas senhoras a picar os motards... mas aqui está a prova de que passámos por lá, logo considerámo-nos picados.
O dito controlo era aqui
Entrada numa fortaleza em Almeida. Verdadeiramente imponente! A organização desenhou um pequeno percurso no seu interior que deu para ter noção de todo este empreendimento.
Uma das informações do roadbook é precisamente a localização das bombas de combustível e a quantos kms está a próxima. Num evento desta magnitude é raro, ou mesmo impossível, chegar e abastecer. O mais certo é esperar um bom bocado para atestar as motas. aproveita-se para esticar as pernas e comprar mais umas garrafas de água.
A próxima paragem foi noutro controlo, agora situado uns bons metros acima de nós. Lá tivemos de estacionar e seguir a pé até bem lá acima. Neste local houve alguns momentos de frisson, pois tivemos de estacionar numa subida de pedra mas que por cima tinha muito cascalho pequeno. Alguns mesmo parados começaram a escorregar para trás provocando valentes sustos sem haver, porém, qualquer mazela física a assinalar. Mas pelo menos duas motas foram ao chão!
Brochado, pai do LaL, à esq. com colete verde.
Momento KTM
Pelo menos durante a subida até ao cimo íamos lendo novas interpretações dos sinais de trânsito... bastante instrutivas. O controlo estava situado num castelo que nunca acabou de ser construído.
Seguem-se algumas fotos do dia...
Aqui foi a chegada ao Castelo do Sabugal.
O calor já apertava
O pátio
Á nossa espera
Já era hora de almoçar. Chegámos e procurámos forma de comer, tarefa que de uma vez por todas é sempre muito difícil neste evento... também com tanta gente. Lá nos desenrascámos, somou-se ainda um café, água para levar e...
...um descanço, mas dos pequenos.
Fomos até Monsanto e à Torre de Lucano...
O cume era o nosso destino...
...sim, aquele mesmo.
Encontrámos aqui os nossos colegas Nuno e Ricardo
Mais algumas fotos da localidade que foi considerada em 1938 a Aldeia Mais Portuguesa de Portugal.
O próximo local visitado e digno de registo foi o Cume da Penha Garcia...
Onde estacionar?
... local onde se encontram muitas jazidas de fósseis e icnofósseis...
...assim como homens e mulheres da altura.
Mais um controlo
Entrámos de seguida em Espanha, mais uma vez...
...e cumprimos vários kms de longas e longas rectas. Monótono mas muito rápido. Castelo de Vide ficou muito mais perto. Entretanto visitámos mais um grande monumento, a Ponte de Alcântara, com cerca de 1.900 anos, isso mesmo, não me enganei. 1.900 anos tem esta ponte sobre o Tejo que continua a servir sem limitações o trânsito.
Cá está ela
A foto do grupo
De seguida foram as tais rectas sob um intenso calor e com mais um abastecimento pelo meio até chegarmos a território nacional.
Mais uma grande fila
Quase não demos pela entrada em Portugal. Lugar esquecido no espaço europeu que de certeza já conheceu muito mais movimento e azáfama, assim como uma muito maior importância do que agora, isto é o que resta da fronteira entre os dois países ibéricos.
Mais uns kms à frente localizámos o local onde íamos pernoitar, Marvão. O Bruno marcou o lugar no seu GPS, tornando mais fácil o nosso regresso depois do palanque em Castelo de Vide.
Mas faltava o palanque em Castelo de Vide e o jantar.
Esta é a recompensa de um dia com cerca de 500kms e muito calor... loucos? Nãooooo!
O meu colega de equipa sempre presente
O jantar foi mais um desafio que facilmente saímos derrotados e lá fomos procurar outro local para comer. Entretanto encontrámo-nos com outros dois motards, amigos virtuais do Bruno num fórum, que nos fizeram companhia e jantaram connosco. Procurar um local para servir refeições foi outro desafio. Se a escolha era escassa tivemos de ir para o único que se mostrou minimamente interessado em facturar mais algum naquela noite... mas, mesmo assim, foi difícil convencê-lo.
Depois toca a ir para a Pousada do Marvão e descansar. O mente precisava, mas a corpo suplicava. Bora lá!