......e um radiador, limpa-se de frente pras trás ou trás pra frente?

hmmm...pois!!

O off-topic estava a ficar com piada!!

Boas;
Por acaso a conversa continuou por PM.
Basicamente surgiu da minha curiosidade em saber se dá para alterar parâmetros de injecção através do painel de instrumentos. E pelos vistos isso mantem-se. Para motores em estado original em que apenas se tenha mudado o filtro de ar e eventualmente a ponteira de escape, mexer através do painel de instrumentos é suficiente para a moto não andar tão "pobre" de mistura.
Toda a gente sabe que actualmente as normas ambientais são cada vez mais castradoras e isso faz com que as motos venham cada vez mais apuradas para as conseguir passar.
Caso o motor seja muito alterado a nível interno, com maior fluxo de gazes, o Power Commander, torna-se essencial.

Acredito que o PC seja fundamental para ajustar esses parametros quando se fazem alteraçoes significativas na linha de escape (filtro, colecores sem cat e panela/ponteira final), mas se for alterada so a panela final (com alguns dos slip-ons propostos no mercado) nao creio que se justifique..

Ja tive um PC instalado numa MT03 com os Akra e nao gostei do feeling, a mota ficou muito mais brusca (tipo on-off quando a variaçao de carga no acelarador era era muito bruta), mas la esta, o remapeamento podia nao estar muito bem feito...
Gostava de mudar a "fabrica de gase" da ST (aquela m3rd@ ali atras deve ter lemmings la dentro a trabalhar, de tao grande e feia!), mas nao queria chegar a esse ponto....Se os engenheiros da marca dimensionaram aquele mapa para o motor, foi estudada a fiabilidade e utilizaçao prolongada, todas as alteraçoes sao um risco que tem de ser ponderado!

Boas;
O Power Commander permite uma maior variedade de alterações que o material disponibilizado de série, que permitem inclusivamente ultrapassar os parâmetros que permitem que as motos sejam homologadas para a via pública.
Outra coisa que muita gente se esquece é que um Power Commander , não é chegar, montar e já está. Aquilo permite uma infinidade de afinações, mas é preciso saber o que se está a fazer. Não é "botar" um mapa lá para dentro e já está. Eles disponibilizam mapas já pré-definidos, mas estes devem ser optimizados para cada utilizador e isso dá muito trabalho e deve ser feito num banco de ensaio.
Há muita gente que após montar o Power Commander, fica decepcionado e acaba por retirá-lo.
Quanto ao facto de mudar de ponteira, não há problema nenhum e não necessita de grandes preocupações.

Pois....acredito que hajam leigos com tempo a mais....mas olha, o meu PC foi instalado e programado pelos tipos que fazem os ensaios (em banco) para a Motojornal, e tenho a plena certeza de que eles percebem mais disso que EU...e ainda assim, nao recomendo para uma mota com a filosofia da ST.
Na MT03 tinha a sua piada, mas aquele mono nunca iria chegar aos 100 mil..

Boas;
Não se trata de leigos com tempo a mais, trata-se apenas dos objectivos que se pretendem... Uns instalam porqu querem efectivamente mais e até podem precisar para usos mais extremos como em condições de corrida, outros porque pensam que vai ser a transformação milagrosa e outros porque fica bem dizer que têm um Power Commander quando estão na esplanada.
- Já agora, quais foram os ganhos conseguidos com a instalação do Power Commander por esses especialistas?
- Quantos cavalos ganhaste?
- Qual foi o incremento de binário?
- Em que é que a moto melhorou?
- Porque é que não o recomendas para uma moto como a Super Ténéré, mas meteste-o na MT-03?

Quanto à questão dos 100 000km, é muito discutível.
Nunca cheguei aos 100 000 km com nenhuma moto minha. Já houve uma que chegou bem próximo, mas para o fazer, iria demasiado dispendioso e entretanto tive possibilidade de a trocar. Não excluo a possibilidade de o poder fazer com alguma moto, mas tudio isso tem a ver com o modo como se usa a moto em questão e o que se pretende dela.

Ora então vamos por partes

- Os "especialistas" (e representantes) utilizaram o mapa do PC específico para o motor em questão (nada mais do que o nosso conhecido monocilindrico 660 cc) com Akrapovic sem db killers, filtro de ar de maior rendimento ( mais aqui), e com ajuste feito por eles (quantidade de fuel em ciclo,etc). A ideia seria fazer da MT03 uma mota de "ataque", tirando o maximo de performance possível...

- Ganhos? Caríssimo Jonhy, vais-me perdoar por não me lembrar dos valores específicos, mas salvo erro ganhei pouco mais de 7cv (as mod´s foram feitas todas ao mesmo tempo, escapes, filtro e PC), e uma curva de binário com um incremento entre 15% a 20% de patamar médio (só podia levar 98 oct)...

- A mota esgotava 5a a subir Monsanto a 179 km/h (recordo que a MT03 tem caixa curtinha) e nos semáforos uma RR 600 só me passava quando punham 4a (Claro que as passagens na MT eram directas... )...Ou seja...tinha um brinquedo com tanta piada que só a podia ligar no final da rua (as labaredas do escape e o ruido dos rateres eram uma constante), e no dia em que a fui buscar depois das alterações vinha tão viciado que falhei a travagem à entrada duma rotunda e acabei agarrado a um sinal....

- Porque é que não recomendo numa mota como a Super? Porque muito simplesmente não acho o PC fiável..é exactamente o mesmo principio das Power Boxes que o pessoal punha nos carros, é uma centralina extra a fazer o Override da centralina original e isso nunca dá bom resultado (se me falares de uma repro feita na centralina original isso é diferente), se o objectivo for consumos dificilmente conseguirás melhor do que o setting original, se for dar sumo à maquina....o motor nunca mais será o mesmo. Vai ficar mais giro, mas nunca tão fiável.
O objectivo de ter uma ST é outro, considero a alteração do escape um mal necessário (tentando sempre minimizar as modificações feitas no trabalho daqueles senhores engenheiros japoneses que não são nada leigos e não têem tempo nenhum porque fazem máquinas perfeitas )

- Já agora permite-me...



- Contras... A moto ficou com um carácter ainda mais On/Off que o original, desligava-se se motivo aparente (fazia compressões falhadas e o soltário cilindro apagava-se) naquelas situações em que se dá gás entre passagens de caixa (nas reduções por exemplo), a pendura passava-se porque não dava para andar devagar e fazia um basqueiro descomunal ...e fazia 130 km por deposito...
Mas tinha muuuita piada..

Boas

Chiça ... era uma autentica Café Racer



mas depois tem os contras que falas...
é como as KTMs

Boas;
Apesar de nunca ter instalado um Power Commander em nenhuma moto minha, reconheço algumas virtudes em tal "acessório", tais como:
- apurar a "carburação" (termo usado incorrectamente para as "injectadas") de acordo com a gasolina que dispomos no nosso país;
- ajustar a "carburação" a eventuais alterações já realizadas a nível de fluxo de gazes (admissão, escape e mesmo alterações internas no motor);
- tirar algumas "limitações" impostas pelas normas ambientais que são cada vez mais castradoras;
- adaptar a disponibilidade de potência e binário à utilização que pretende;
- facilidade de instalação e afinação com qualquer computador que se tenha em casa.

Obviamente que apesar de ser um "acessório" engraçado, não faz milagres e muitas vezes causa bastantes dores de cabeça. Se fosse milagroso, o que seria feito dos bons preparadores de motores?

Mais 7 cv e mais 15 a 20% na curva de binário parecem-me um valores bastante simpáticos, tendo em conta que a base é um monocilíndrico de 660 cm³.
Chegaste a fazer as contas em quantos €€ te ficou cada cavalo?

Quanto a usar gasolina com 98 octanas, no fim de investires uma quantidade considerável de dinheiro, preocupado com o aumento de performance, queres poupar 6 ou 7 cêntimos por litro de gasolina ao preço a que ela está?! Acho que não faz sentido...

A MT-03 deve ser uma das motos mais divertidas que experimentei nos últimos tempos. Adorei andar com a moto e que me perdoem os apaixonados pela XT660X, que ao lado da MT é um verdadeiro charuto. A MT tem o mesmo motor, pesa sensivelmente o mesmo, tem melhor ciclística e trava brutalmente comparando com a XTX.
Ainda me lembro de passar uma R1 e uma R6 pela zona mais desfavorável de entrada numa rotunda, travar muito depois, apontá-la patra o sítio certo com a traseira aos saltinhos. Belas memórias. Num determinado lote de pessoas que estiveram presentes nesse drive-test, todos se passaram com o comportamento da moto e passaram o drive-test a fazer asneiras.
Em resumo, a MT-03 tira-me do sério. Só me apetece fazer asneiras com uma moto dessas.

Quanto à XTZ12, a aplicação do Power Commander poderia trazer mais ganhos do que adqueles que obtiveste na MT. Só resta saber se vale a pena.

Deixo-te um segredo e não digas nada a ninguém. Grande parte do que se consegue com um Power Commander em motos de série, consegue-se com um simples reóstato aplicado no sensor de temperatura do ar na admissão. "Enganando" o sensor, para ele dar informação que o ar atmosférico está mais frio do que na realidade, consegue-se aumentar o débito de gasolina e tornar a mistura mais gorda. E se tiver colocado num sítio porreiro, dá para afinar sem desmontar nada.

Johnny_1056 escreveu:

... ...
Deixo-te um segredo e não digas nada a ninguém. Grande parte do que se consegue com um Power Commander em motos de série, consegue-se com um simples reóstato aplicado no sensor de temperatura do ar na admissão. "Enganando" o sensor, para ele dar informação que o ar atmosférico está mais frio do que na realidade, consegue-se aumentar o débito de gasolina e tornar a mistura mais gorda. E se tiver colocado num sítio porreiro, dá para afinar sem desmontar nada.

Eu já vi isso feito...
e dizem que vai dar ao +/- ao mesmo

mas disso não percebo quase nada

Boas;
Edgar, como já havia referido, as motos actualmente têm a mistura muito "apurada" para passar as normas ambientais cada vez mais exigentes. E isso faz-se notar principalmente nas acelerações em que se tenta que as motos tenham um comportamento mais limpo possível.
O que se faz ao "enganar" o sensor de temperatura do ar na admissão, e dar informação de ar mais frio, consequentemente mais denso e com mais oxigénio e para manter a mesma relação estaquiométrica (entre gasolina e ar) é injectada mais gasolina. Isto funciona de forma mais evidente quando já se efectuaram algumas alterações a nível de fluxos tais como filtros de ar e escapes mais "abertos". Com tudo isto as motos ficariam com uma combustão mais "suja" e que impediria a passagem nos testes ambientais.
Obviamente que não será com este artificio que passaremos a dispôr do dobro da potência ou coisa que o valha, apenas passamos a ter uma curva de potência e binário "mais cheia" e uma melhor desnvoltura no funcionamento do motor.
Funciona de modo muito semelhante às alterações que se podem fazer através do painel de instrumentos e que já foram discutidas no princípio do off topic. Basicamente estamos a fazer com que sejam admitidos maiores valores de CO resultantes da combustão.